12 março 2010

A complexidade da simplicidade: Machinarium

Se antes as produtoras de jogos para computador precisavam gastar uma fortuna com marketing e distribuição, deixando espaço apenas para os megainvestimentos (nova regra gramatical) como World of Warcraft, Halo e outros, se contrapondo aos jogos em Flash toscos lançados a rodo em sites como o Newgrounds, hoje em dia esse cenário não é mais real. Assim como aconteceu primeiro no mundo da música e agora está acontecendo no cinema, a internet está se tornando um novo provedor barato de conteúdo, cortando gastos milhonários de distribuição e vendas.


Assim, um novo burburinho se instaurou no mundo dos geeks com a notícia do lançamento do jogo independente Machinarium no segundo semestre de 2009. Produzido pela Amanita Design, empresa da Rep. Tcheca que atua em vários ramos de animação, o jogo foi uma das grandes promessas do ano passado, principalmente por ter sido desenvolvido pelos criadores da famosa série de web-games Samorost.


Machinarium é um jogo de aventura com jogabilidade extremamente simples do tipo point and click no qual o jogador deve resolver puzzles e brain teasers no melhor estilo Full Throttle misturado com 7th Guest, jogados num gráfico que parece que saiu dos créditos de Wall-E. Cada fase, por assim dizer, parece uma obra de arte. Mas melhor que ficar explicando, aqui vai o vídeo.



A história é a seguinte: você é um robô que foi jogado por acaso pra fora da sua cidade por um removedor de lixo e precisa voltar pra salvar sua namorada e seu amigo que foram pegos num plano maquiavélico criado pelos vilões da história, a Black Cap Brotherhood. Josef, o personagem principal do jogo e que você controla, só pode interagir com objetos do cenário que estejam ao alcance dele, mas como é impossível morrer nesse jogo, aproveite e ande por aí para descobrir como desvendar os puzzles. Os elementos interagíveis estão emaranhados no meio do cenário complexo e detalhado, mas na medida perfeita para que você possa desfrutar da beleza do jogo sem se cansar, mas fazendo o jogador fritar um pouco os neurônios. Para o caso de você não conseguir resolver o puzzle, os criadores deixaram dois tipos de dicas para serem usadas pelo jogador: a primeira é a clássica lampadinha que quando clicada mostra uma imagem que pode te ajudar; a segunda, e imagino que eles tenham feito essa só porque ela é incrível, é um joguinho de desviar de obstáculos no qual, ao chegar ao fim do percurso, você recebe as instruções do cenário.


Melhor do que ficar lendo e tentando descrever a beleza desse jogo, que concorreu e ganhou vários prêmios (incluindo o de Excelência em Artes Visuais no Festival de Jogos Independentes), visite o site e experimente a versão demo. Afinal, estou aqui tentando ajudar esses caras que gastaram meros U$1000 no marketing de jogo, mas merecem todas as chances de aparecerem por aí. O problema agora é decidir se eu espero para pegar a versão pirata e jogo até o final ou se pago os U$20 no site pra baixar o jogo original de uma vez. Mas bem que eles merecem essa "bolada".


3 comentários:

Victor Meira disse...

Fabio, chapei forte na arte do jogo. Ele é lindo, mano. E como Full Throttle fez parte da minha infância, vou dar uma conferida em Machinarium.

Bela dica, mano!

Victor Meira disse...

Só pra constar: joguei a demo do jogo e não aguentei. Paguei os $20 e tô jogando a full version aqui!

:)

Fabio Salmoni disse...

esse jogo vale cada centavo! é de se ficar babando com cada "fase"...